13 de outubro de 2009

Verdade






Será que um dia poderei dizer verdades como quem descreve o clima - hoje as tênues nuvens chuvosas conquistam espaço no verão - convicto como a quem afirma sede ou fome, como a quem idolatra imagens e estatuetas esculpidas por homens. A verdade por ser abstrata, é ampla como um mar de espécies que desabrocha em cada opinião e pessoa diferente.

A verdade idealizada é a menos oprimida, vendo pelos aspectos de que é ideal, sendo para cada um, uma, é a verdade dos sonhos, dos anseios, dos desejos. A verdade natural segue o ciclo da vida, é o tempo e o espaço em que vivemos, considerando os feitos nefastos do homem na terra e o açoito na história que se passa. A verdade formal é a simples ausência da mentira, e seu oposto é a desavença de fatos que ocorreram realmente, com fatos repassados mais algumas orações, pontos e vírgulas acrescentados. E a verdade religiosa, que baseia-se em fé, pergaminhos e medo.

Acabarei por descobrir que não existe verdade se contarmos com a humanidade tão cheia de alma, pois, em cada realidade há uma verdade diferente ou relacionada, há diferentes hipóteses sobre acontecimentos, versões diferenciadas para tudo que existe. A verdade é o sorriso oculto nos lábios de uma alegria difusa, é o encanto pelos inexatos do universo, é o universo que caminha rente ao ser humano.

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