4 de novembro de 2009

Flauta


Teu rosto translúcido, distante, presente. Antes melhor sem conhecê-la.

Rouca. As maçãs do rosto feito porcelana queimada, a muralha de dentes em ordem exata, os lábios murchos. A coisa que entre outras me fere o equilíbrio como um bêbado que flutua no espaço. Louca. O mundo vazio que logo viria a surgir com teu olhar indescritível. De inocência desvanecida. E volto ao teu olhar:

Muitos cafés pra tentar desvendá-los, muitos calos de tentar escreve-los, muito desejo sempre que os vejo, e nada. Os impossíveis em teus cabelos que são o tempo quando se unem com o todo. Você é como o arco-íris que desfaz a chuva quando desfaz a infância dos meninos. Teu inteiro se subdivide em parcelas de sensualidade. Apática roedora de corações.

És o maligno quando atenta o puro, implantado na face de uma bela mulher.

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