31 de agosto de 2009
Teus sentidos
Quando nossos olhares distantes enfim se encontram, desfazem-se avermelhados e disfarçados com um sorriso apenas. Sempre que sorri, sorrimos juntos sem que ao menos você saiba, sempre que depressa pranteia o vazio de teu peito, choramos juntos sem que veja as lágrimas que escorrem pelas minhas mãos. Outra vez nos encontramos em olhares, e, a sombra de teu lábio abre-se espontaneamente em idéias tão belas que corrompem além da alma, a consciência que nunca tive ao teu lado.
As partículas de teu aroma de morango encobrem o mundo e o submundo, incendeiam o universo paralelo que há em cada som que lança na perseguição desvairada de fazer-me amá-la. Respiro e espiro os resquícios do que ainda vagava pelo espaço em que passou ligeira, passou e mais nada. Respiro ainda mais a sobra do que deixou plantado em teu espaço, enquanto trocávamos além de palavras, inocentes segredos absolutos.
Todos os dias és a favorita. Todos os dias que te abraço, não há tempo ou espaço, duração ou caminho, apenas teu abraço, que sem ele, não teria nada. Todos os dias flutuo em meu próprio pensamento que, quem conduz é você. Todos os dias enquanto dorme teu cansaço, te sonho no meu. Todos os dias entendo o sinal de teus lábios que negam os meus. Todos os dias encerro te olhando de olhos fechados. Todos os dias são poucos só de te ver. E suas derradeiras palavras são as mesmas todos os dias, e cada dia mais me encanto por elas.
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