27 de dezembro de 2009

Araucária



Um ônibus, soterrado de preguiça.
Um trem entre a estação e o prédio.
Um negro, dois, três, quatro, um país.
Um samba, entre as louvações e batuques.
Um terraço, para observar a maré avermelhada dos faróis.
Um transito, para aplacar as paciências.

Uma companhia, pródiga - a quem contradiz o que diz, mais ainda é linda. -

2010 será repleto de outsides.

araucária, por simples e nossa.

21 de dezembro de 2009

Conciso

Sou cru, prisioneiro, viciado
as cores já não bastam.

e as cartas se destroem em um arco-íris preto e vermelho,
como os cavaleiros e seus ferros falciformes,
quando teu sorriso estréia em cada turno,
refletindo o evidente retrato de seus dentes
ou choramingando minha lacônica saída.
não resisto - Calma, me cedo ao fim da partida-

apenas cedo.

20 de dezembro de 2009

Na vida;

Basta não roubar o que é meu,
contemplar as seringueiras,
reproduzir pouco do amor,
e entre palmeiras,
cantar sempre as bananeiras.


18 de dezembro de 2009

Que seja a aurora


Que seja uma aurora que brilhe
como brilham estrelas,
Que de noite permaneça na lua
e em seus olhos escuros.
Que seja a aurora como seus olhos,
como nossos lábios detidos,
como nossa saudade infindável,
como o inóspito de nossa presença.
Que brilhe mais cada manhã
e em cada esquina do planeta.

Viver o nascer-do-Sol, mesmo que sem vê-lo radiante brotando no canto do céu.

13 de dezembro de 2009

subterfúgio


Não me leve a mal,
mas teu riso me extasia como gotas que retrocedem o percurso no vidro dos carros navegando pela estrada.

9 de dezembro de 2009

Lapso

Palavras são poucas

Se a saudade já é carregada delas, ou de sua falta.
Como num bar; mesa para dois, dois pedidos e dois copos que se chocam por um par de mãos que sozinho, conduz a conversa sem outro par que o acompanhe.

As manhãs sem teu contentamento...

2 de dezembro de 2009

"Tempo Será"

O mundo responde em silencio aos espasmos que se destacam em cada página amarelada de teu corpo romanticamente poético.
Boas idéias que seguem teu prefácio, todo o reino da poesia concentrado em poemas de criação por ímpeto.

E sigo estudando como se nunca o tivesse visto;
Com vinho barato reposto de água, os pernilongos atacados.
Com o samba.

Assim repouso. Suspenso em palavras que apesar de belas, nunca alcançarão a descrição perfeita para o ideal perfeito.
As páginas sequencialmente descrevem o que há de puro, quando o puro habita ilustre cada segmento de teu inteiro. Já não falo mais de livros.