28 de setembro de 2009

Miragem



Se horas em uma longa fila do banco são minutos quando te tenho por perto, pense então no amor eterno. Se é que há o eterno quando o tema é amor, quando a criminalidade cresce a cada esquina e cruzamento, sendo assim mais fácil que se roube corações, ainda mais os abandonados. O subseqüente do abandono é talvez o livre, pois livres são os que se perdem no labor do amor.

Haja talvez um laboratório para isso, talvez teses, pesquisas não concretas ou já conclusas, haja talvez razão para se deixar lacerar o músculo cardíaco em finas fatias, distribuídas como bacon para a eternidade prometida em cada paixão verdadeira. Porém, é paixão, termo passageiro de prenúncio sofrido.

Se o tempo é o ocaso do dia, a eternidade é a meia-noite, que carrega o início, a aurora, distribuída em luzes tão fortes que, quando o tempo nulo surgir como poente, essas luzes resistirão ao breu e iluminarão o espaço percorrido até um beijo, esse sim será eterno.






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