27 de junho de 2009

Luas vão passar



Ouvir-lhe as vozes baixas soprarem em meus ouvidos palavras de saudade, dizendo quão cruel fui eu em abandoná-las, mesmo fora de lucidez. Soprar-me junto às palavras o hálito fresco e aromatizado das mais cheirosas ervas existentes. Debruçadas à minha frente, grandes amigas. Grande cego, quase as troquei por outras, sem a menor intenção viva.

Vivo como a neblina tênue que ainda insiste em permanecer em meu jardim, desejada a saída desde a chegada. Sopro como o vento que produz a asa da borboleta quando voa em direção ao léu, imperceptível, inválido. Bebo como os velhos poetas boêmios bebiam em suas noitadas, bebo ao em vez de álcool uma lágrima que vagava pelo espaço.

O tempo é um afeto entre o futuro e hoje que, buscam encontrar-se assim como busco encontrar-te. Impossível, porém, real.

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