7 de julho de 2009

Catastrófica


Como na noite que superei os meus sonhos trágicos e aflitos:

No terraço do prédio mais alto da cidade. Conversava dentro de um quartinho apertado com um tio muito próximo, como em todos os sonhos, não me lembro bem do que se tratava o assunto. Ao lado, uma criança, assemelhava-se com uma prima 10 anos mais jovem da atual, como em uma gravação antiga da família que havia assistido naquele mesmo dia. A criança feliz, dedicava seus minutos à aperfeiçoar suas imitações forçadas de membros marcantes de sua vida, enquanto algumas pessoas sorriam curiosas e encantadas observando até aonde as imitações poderiam chegar.

No velho terraço feito de um só cômodo havia um grande quintal, esse se fazia muito espaçoso e sem segurança alguma, por ter suas extremidades expostas a uma altura capaz de desfigurar uma pessoa em queda. Enquanto nossa curiosa troca de informações desenrolava-se, passávamos do ambiente apertado do quarto cheio, ao quintal espaçoso e vazio do terraço. Privilegiado por estar no prédio mais alto podia enxergar todos os prédios, até onde meus olhos alcançassem. Cautelosamente observava em todos os prédios que, além de todos terem coberturas relativamente iguais, neles também haviam pares de pessoas conversando entre si.

Uma curiosa rachadura no prédio ao lado surgia crescendo rapidamente. Desesperados, os pares dos terraços vizinhos agonizavam quietos. Como todos, pausamos estáticos cheios de medo. Quando bilhões de litros d’água surgiram de algum lugar, talvez outra dimensão, cobrindo todos os prédios até as proximidades do terraço, deixando vivo apenas os habitantes das alturas. Os encantados do quarto de nosso terraço não percebiam o grande acontecimento devido aos gracejos infantis, enquanto praticamente toda a população local da nova-Atlantes submersa em água salgada perdia-se com água nos pulmões, além das que morreram com o impacto da água que surgira a uma velocidade incapaz de ser calculada.

Muitos dos pares já em prantos gritavam nomes de conhecidos que provavelmente teriam sido afogados com a voraz água do mar, gritaram mais ainda quando começaram a reconhecer os corpos que lentamente fugiam da submersão.

Talvez irado por não ter atingido a todos, o culpado de tal catástrofe resolveu imediatamente desalinhar as órbitas de alguns cometas e lançá-los flamejantes de encontro a terra, milhares deles. Impactos surpreendentes destruíam terraços vizinhos e concluíam o que de início já era o fim. Agora, já fronte a morte, clamávamos descrentes uma salvação ou, a salvação.

Como todos os sonhos, não há um epílogo concreto, findam em seu clímax assustador ou quando enfim, seu protagonista está entre a morte e a morte, como as expansivas escolhas que se tem ao assistir um filme de horror.


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