24 de julho de 2009

Imortal



Como todos os que escrevem, escrevo. Escrevo como desenha uma criança que, de seus borrões sem forma, formam para ela algo, algo de valor intenso que pulsa para fora de seu corpo frágil. Tal como escrevo, sinto a doce gota de cada palavra que penetra na língua confundindo assim, os azedumes da vida. Tal como sinto, vejo, a página cheia de uma grafia corcunda sendo completa pelas minhas mãos cascudas e ágeis, seguindo o ritmo do raspar do grafite áspero ao papel amassado. E para seguir uma ordem exata das fases também cheiro, também toco, beijo e me inspiro, me inspiro quando te sinto, quando te vejo, quando sinto teu cheio, me inspiro quando te toco e mais ainda quando te beijo. E me inspiro quando te sinto, e te sinto quando te escrevo, te escrevo quando te beijo, te beijo quando te toco, te toco quando te cheiro e te cheiro enquanto és viva, e para mim, és imortal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário