30 de maio de 2009

O gracejo das horas




O dia amanhece e o vermelho do Sol dispersa a escuridão da madrugada. O Sol desperta a cantoria dos animais que vem junto à brisa fria da manhã, as flores desabrocham em harmonia enquanto as aves cruzam céus e arranha-céus. Aquele orvalho que a noite derramou, agora oscila entre as folhas e o gramado do quintal, as nuvens sem forma que por serem sempre diferentes de qualquer objeto conhecido, obrigam a mente a associar a uma imagem que lhe convém.

Se quiser que eu me livre da eterna angústia de chorar o gosto fel que o amor me deixou como presente, então pare o tempo. Sem ele há uma pausa repentina em uma manhã feliz, sem ele ainda há vida. Na pausa valso junto às aves o ritmo da natureza que toca a mais solene das valsas. Com ele me perco no vácuo sideral do tempo, ouço no mar a revolta dos pescadores, sinto saudade em meio à solidão, há tempestade em meu meio, há tristeza em meus gestos, há um lamento de amor.

Se no tempo há amor, tudo é paz
Tudo é manhã, tudo é prazer, tudo é paixão.
Se no tempo há você, não há tempo, só há você.

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