2 de maio de 2009

Os mortos matam sua fome

“Eu sou inquieto assim pra dar um corte
E no elo entre a satisfação e a morte
Sou o ofício secreto do veneno
Corroendo o amor”

A angústia, eterna companheira dos espertos e maduros, variou. Ateou-se aos pés da tristeza e clamou perdão por tomar-lhe o lugar em meu peito. A diferença entre as duas pouco importa, em maior, nada importa além de vê-la alucinada caminhando caminho aos meus braços.

No escuro a lua brilha, cegos vem bordar um sorriso para os cansados, nuvens vão passar e a noite avançará conforme a sede dos que temem o negro do fim do dia, que é o prazer dos que buscam a depressão. E eu vou me desfazendo, vou me equilibrando na corda bamba de minha saudade, fugindo da mágoa urbana, retrocedendo a fita.

Ah, moça de meus sonhos, de meus contos e lendas, mata minha sede, meu mal. Sua sede, nosso mal.

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