25 de fevereiro de 2009

Como se fosse a última


No fundo sou o mesmo que era antes, me agulho nos olhos para não enxergar além do amor, desabotôo a camisa do império do amor em desrespeito aquele que me feriu, coloco-me em frente ao súbito sucesso de um fatal próspero labor daquele que planta maldade. Agora me resta a metade exilada do vulto do oprimido, sujeito-me a vaga lembrança de uma parte adorada de mim que fora amputada sem necessidade à machadadas de um machado cego, e anestesiado com uma dose de alguma planta que uma senhora dizia fazer bem para dores como essa.

Semente do amor se esvaece em direção a um terreno não fértil e foge de meu pomar, o vento do alto da montanha toca o meu rosto e me abre a cortina do passado, expõe cada centímetro de nossa história, nosso amor pagão sucumbiu-se ao medo e se deixou levar pela falsa irmandade, o vento dos Alpes se encontra tão forte que sou lançado para baixo e o grito que dou na hora da queda foi lançado pelo vento e chegou aos meus ouvidos quando entro em contato com a terra. O desespero me fez soltar durante a queda a rosa do amor que havia ganhado de um sábio, agora sou um sóbrio vazio e alucinado.

“é sempre bom lembrar, que um copo vazio está cheio de ar”
-Chico Buarque

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