6 de abril de 2009

Surpresas, deslizes



Noite vadia, aonde nós, amigos pescadores de prazer nos iludíamos por de trás das coisas erradas da vida.

Uma melancolia era lançada ao ar através de cada tragada de fumaça que nos rodeava de tontura e atordoava nosso labirinto junto a cada gole que me salgava o paladar e me obrigava a andar colado à parede, momentos que ao longo dos acontecimentos fazem-nos provocar a fúria de um dependente adormecido.

Enquanto sóbrios, as conversas fluíam sem sabor, sem amor, sem exageros, até que os últimos goles alegraram a loira que havia conhecido naquele mesmo dia. Ah, aquela loira, fora paixão a primeira troca de elogios, seus seios que cruzavam céus e suas curvas traseiras que refletiam todo o desejo de um jovem aprendiz do amor são inesquecíveis, os seus olhos que como um surdo em um túnel escuro infestado de morcegos e roedores anda bêbado caminhando em direção a perdição, verdes como a camuflagem de um exército sangrento e essenciais como a incerteza do vômito, lábios carnudos, atraentes e serenos como o azul e o branco do céu que se opõe a eterna escuridão que o espaço domina em seu interior.

Sua definição é não se definir, agora resumidamente: faltou-me compreensão.

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