2 de abril de 2009

Inútil paisagem



Sem seus admiradores aquelas eternas paisagens secam e desaparecem tornando-se um velho e fétido pântano.
- Ah, nobres admiradores, quanta falta fazem para minha velha paisagem - diz a mulher amada, e questiona a fuga de seus apreciadores.
A mulher amada é como a folha nova, que completa a árvore e forma a beleza que é o fruto. Nós somos a folha velha que serve para a árvore de adubo e para a folha nova se encher de si.

Desaparecem os amantes na neblina de uma nova paisagem, só que essa se fazia noturna.

Os olhos da primeira amada são como o Sol que misturado com a água brilha uma sequencia de belas cores, suas pernas como um nobre cisne que passeia na lagoa, calmo e sedutor, seus cabelos como as árvores que envolvem a lagoa e ao ritmo do vento dançam a canção de um poeta apaixonado. Seus lábios, ah, os seus lábios, são como o mel da colméia que está pendurado no topo da árvore mais alta desse bosque. E eu, sou o vento que é invisível aos olhos de todos, que colabora e não ganha nada em troca, que é necessário e as pessoas mal notam a diferença, que apesar de útil não tem beleza alguma, passo e repasso o tanto de vezes preciso e com um digno e infeliz esforço, vou-me, sem deixar saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário