10 de agosto de 2009

vasos inseguros V


Amor meu, dona da cidade de meus sonhos,
borboleta colorida da floresta de outono,
teu perfume revive o vácuo das plantas e
destrói as parasitas que infestam o jardim.

Passa o lodo ao ofício do tempo, passa
e teus olhos inquietos perseguem outro.
Quando noites a fora eu, sábio estabanado
jurava a mim o teu calor intenso e desejável.

Dias de alucinação, noites em branco, orações
e o medo de ser enganado pela isca que há
em teus anzóis de beijos. E entre os amantes

celestes que já te amaram, os poetas da noite
de sutis lábias engasgadas, serei apenas um mais
em sua trama trapaceira. Não tramas, são meus olhos.

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