3 de março de 2009

a voz do povo não é de Deus





― Faço isso por mim mesmo, ninguém mais ― digo, esbanjando orgulho.
― Faz o que? ― responde alguém.
―Toda essa busca infame do homem atrás de uma conduta ética religiosa provoca-me lamento, afinal:

Enquanto escrevo esse texto inúmeros seres humanos morrem, e, em sua maioria não morrem por fatos naturais e sim são assassinados. Em nossas cabeças a arte de se fazer feliz está imersa em nossa crença absoluta e obsessiva em relação ao Monte Olímpus individual de cada um.

Lá de cima das nuvens observo os homens, é tudo tão revelante e sem sentido, são pontos que caminham, uns maiores outros menores, pontos que param em frente a uma caixa que ofusca uma sequência de cores mutável e ficam horas dessa forma, pontos param em frente a estátua de outros pontos e prostam-se em busca de ser um ponto mais feliz, pontos em grupo prestam atenção enquanto outro ponto declara algo.

Observados pelas nuvens somos todos iguais, apenas pontos que agem de forma diferente e corrosiva em relação a outros pontos, preconceituosos por sermos iguais, infantis em suas diferentes atitudes de ponto. Todas as seitas possuem um fundo realista, ela só depende de seu ponto de vista. Sigo a filosofia de vida das três cores quentes por ser relaxado e calmo? Caminho junto aos orixás por cantar músicas folclóricas que servem de louvor a eles? Sou um fiel apenas por ir à igreja? Sirvo a Lúcifer por decepcionar a Deus ou sair de seus átrios em minhas insanas recaídas humanas?

Liberte-se de sua opulência, desaferre-se do desnecessário e esquive dos entraves. Deixe de usar saia, isso não afetará seu espírito, lance bobeiras ao ar e curta a vida, essas são as coisas simples. Só não esqueça, se beber não diriga.

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